sexta-feira, setembro 29, 2006

ESTACIONAMENTO NA BAIXA ABRE GUERRA ENTRE FREGUESIAS VIZINHAS

Publicado no Público, 29-09-2006

"O presidente da Junta de Freguesia da Madalena, que desde o primeiro contacto da Câmara de Lisboa se manifestou agradado com o encerramento da Rua dos Bacalhoeiros ao trânsito, não gostou de ler no PÚBLICO que o presidente da vizinha Junta de Freguesia da Sé, Filipe Pontes, também na zona da Baixa, tinha negociado com a autarquia a manutenção de 15 lugares de estacionamento para residentes..." e continua ...

Quem é que ganha com guerras destas nos jornais?

Mais uma razão para acabar com as mini Juntas de Freguesia, sem visão, para criar uma única Junta para a zona histórica, com meios para por termo às guerras que só prejudicam os moradores e os comerciantes da zona histórica e apresentar medidas concretas como fez a Junta de Freguesia da Sé.

segunda-feira, setembro 25, 2006

NÚMERO DE CARROS EM PORTUGAL AUMENTOU 135% EM 15 ANOS

Publicado em negocios.pt por Eva Gaspar

O número de carros a circular em Portugal aumentou exponencialmente nos últimos quinze anos. De acordo com dados do Eurostat, em 2004 existiam em Portugal 572 automóveis por cada mil habitante, mais 135% que em 1990.
De acordo com dados hoje divulgados pelo gabinete comunitário de estatística, em 1990 existiam no País 258 automóveis por cada mil habitantes, o que colocava Portugal claramente abaixo da média da União Europeia (355). Em 2004, porém, o rácio passou para 572, fazendo saltar o País para o terceiro lugar da tabela europeia, liderada pelo Luxemburgo (659) e pela Itália (581).
Os números do Eurostat revelam ainda que Portugal foi o terceiro país onde mais cresceu o número de viaturas entre 1994 e 2005 : 135%, que compara com uma média europeia de 38%.
Os crescimentos mais céleres registaram-se em dois países do Báltico – Lituânia (167%) e Letónia (142%). São estes, por seu turno, os países onde se registaram em 2004 mais mortes por acidentes na estrada: 222 mortes por cada milhão de habitantes no caso da Letónia e 218 no caso da Lituânia.
Nesta "tabela negra", Portugal ocupa o 8º lugar, com 124 mortes por milhão de habitantes. A média europeia é de 95, sendo Malta o país onde menos se morre na estrada, com 33 fatalidades por milhão de habitantes.

  • Número de carros em Portugal aumentou 135% em 15 anos

  • O Impacto dos Transportes no Ambiente e na Saúde Humana
  • MUNICÍPIOS PRIVILEGIAM TRANSPORTE PARTICULAR

    DN, 25.09.06 por Elsa Costa e Silva

    Os corredores bus não são uma prioridade para a maioria dos municípios portugueses e apenas um terço das autarquias tem parques ou vias próprias para bicicletas. A primazia continua a ser dada aos carros particulares, com metade das autarquias a planear construir mais parques de estacionamento nos próximos três anos. Quanto à avaliação dos munícipes sobre as condições de mobilidade, apenas 18% dos municípios realizaram inquéritos de satisfação.

    Estes dados, revelados por um estudo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), mostram que os municípios portugueses têm ainda um "longo caminho a percorrer em termos de mobilidade sustentável". Realizada por Aurora Teixeira e Catarina Aroso Monteiro, a investigação teve por base um inquérito (ministrado entre Março e Dezembro de 2005) a todos os 308 concelhos, com perto de 200 a responder. E, no momento em que se assinala o fim da semana dedicada em Portugal aos temas da mobilidade, o estudo não deixa transparecer uma realidade muito animadora.

    Contudo, assinalam as investigadoras, há sinais de uma "preocupação recente" com os problemas de gestão da mobilidade. Um compromisso que pode ser medido pelo facto de haver um número significativo de licenciados a trabalhar nesta matéria. Mas, explicam ainda as autoras do estudo, só seis municípios têm departamentos municipais de mobilidade, a maioria dos quais nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

    Mobilidade sustentável

    Numa altura em que se sabe que os transportes são um dos sectores da economia que mais contribuem para a degradação ambiental (nomeadamente, pela emissão de gases com efeito de estufa), aumenta a pressão social para medidas que minimizem os efeitos negativos. O conceito de mobilidade sustentável associa a componente ambiental a uma combinação de eficiência económica e bem-estar pessoal.

    Ou seja, trata-se de satisfazer hoje as necessidades da população, sem pôr em causa o amanhã - o que passa por promover o transporte público ou meios não poluidores (como as bicicletas), assegurar a intermodalidade entre os diferentes operadores (como bilhetes que servem para comboio, metro e autocarro, por exemplo, ou interfaces).

    Inquirir os municípios sobre estas matérias (aferidas pela existência de estudos, planos e inquéritos de satisfação) parte do princípio de que "quem deverá ser responsável pela mobilidade sustentável é quem está mais perto da população", explica Aurora Teixeira. Só que, adianta a investigadora da FEP, "o poder local não tem autonomia em termos regulamentação ou financiamento, o que, por vezes, faz com que faltem os instrumentos para intervir".

    Por outro lado, estratégias que, "do ponto de vista político, visam desviar as pessoas dos seus carros, implicam, economicamente, perder receitas importantes", alerta Aurora Teixeira. Do ponto de vista do poder central, os impostos indirectos sobre combustíveis são uma fatia importante do Orçamento do Estado e para os municípios há que contabilizar os "selos automóveis, as multas ou os parcómetros".

    O cenário nacional

    Deste estudo, salienta-se ainda o facto de apenas 30% dos municípios portugueses terem planos de mobilidade. A tendência, além de pouco abrangente, é também recente: 61,7% das autarquias apenas começaram a elaborar os planos nos últimos três anos. Os estudos municipais sobre a matéria são mais significativos: perto de metade dos inquiridos já os realizaram, a grande maioria dos quais (84%) nos últimos cinco anos. Mas grande parte destes planos, ressalvam as autoras, tinha como objectivo aferir as condições municipais para pessoas portadoras de deficiência.

    Por outro lado, destaca o estudo, "é interessante notar que os primeiros municípios a realizar estudos de mobilidade em Portugal são bastante periféricos e interiores: Mação, Montalegre, Guarda e Faro. A investigação assinala ainda que as autarquias mais sensíveis aos temas da mobilidade sustentável são as do Norte, exceptuando a região do Douro, que é a menos "virada" para estas matérias.

    No entanto, em termos de acções concertadas, faltam intervenções a nível, por exemplo, da intermodalidade: mais de dois terços dos municípios não têm bilhetes intermodais. E é claro que, assinalam as investigadoras, a necessidade "aguça" o apelo à intervenção. Assim, "municípios com mais problemas de mobilidade urbana (relacionados com maior taxa de carros particulares na população empregada, mais emprego e parques de estacionamento mais velhos) são também os que estão mais alerta aos temas da mobilidade sustentável". Por outro lado, o facto de participar em programas de reabilitação urbana (como Polis ou Urbcom) não leva necessariamente a uma maior consciência.

    segunda-feira, setembro 18, 2006

    O CONDICIONAMENTO DO TRÂNSITO CHEGOU AO CASTELO DE SÃO JORGE

    Depois de vários anos de espera, por falta de coragem política e de muita falta de visão, apesar dos obstáculos levantados por alguns elementos da Junta de Freguesia do Castelo, o trânsito na zona do Castelo de São Jorge vai ser finalmente condicionado. Esta medida da CML é acompanhada pelo encerramento ao tráfego automóvel das ruas dos Bacalhoeiros e dos Arameiros na Baixa. Com esta medida nos próximos anos teremos a oportunidade de acompanhar a valorização da zona pedonal da Baixa do Castelo e de Alfama e do crescimento do Turismo de qualidade na zona histórica.

    Notícia publicada no Publico.pt:
    A partir de segunda-feira
    Lisboa: movimento Fórum Cidadania aplaude corte de trânsito na zona histórica do Castelo 14.09.2006 - 16h51 Lusa

    O movimento de lisboetas Fórum Cidadania Lisboa manifestou hoje satisfação com o encerramento da zona histórica do Castelo ao trânsito automóvel a partir de segunda-feira, afirmando que estas medidas "só pecam por tardias e escassas".

    O encerramento definitivo daquelas ruas ao trânsito para não residentes entra em vigor segunda-feira, por ocasião da Semana Europeia da Mobilidade, anunciou a Câmara de Lisboa.

    O Fórum Cidadania defende medidas idênticas, como restrições ao trânsito e ao estacionamento, para toda a baixa da cidade, desde o Marquês de Pombal ao Terreiro do Paço, tal como nas encostas da Sétima Colina e do Castelo de São Jorge.

    Em comunicado, o Fórum acrescenta que a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) "deve demonstrar alguma flexibilidade" na aplicação do regulamento das zonas condicionadas, a fim de impedir que os bairros históricos se transformem "em zonas inacessíveis aos não residentes".

    Para este movimento de cidadãos, é necessário acompanhar a situação nas zonas limítrofes, "pois a saída dos carros que anteriormente atulhavam o bairro do Castelo irá certamente agravar a vida nas ruas que ficaram de fora da zona condicionada".

    Junta de Freguesia defende flexibilidade quanto ao estacionamento

    Também a Junta de Freguesia do Castelo tem defendido alguma flexibilidade no que diz respeito ao estacionamento, nomeadamente o tempo de permanência das visitas, alegando que 60 a 70 por cento da população é idosa e precisa quase diariamente de cuidados de familiares.

    De acordo com o gabinete da vereadora da Mobilidade na Câmara de Lisboa, Marina Ferreira, haverá "uma grande flexibilidade".

    A zona do Castelo vai agora tornar-se numa área pedonal, ficando assegurado o acesso de táxis, autocarros de turismo e transporte público, moradores, cargas e descargas (das 08h00 às 10h00 e das 15h00 às 17h00, de segunda-feira a sábado), bem como serviços de emergência.

  • Lisboa movimento Fórum Cidadania aplaude corte de trânsito na zona histórica do Castelo