segunda-feira, junho 13, 2011

A NOVA ATRACÇÃO TURÍSTICA DE ALFAMA É... UM CABELEIREIRO

E se numa ida ao cabeleireiro pudesse fazer uma degustação de champanhe, ler um livro de viagens ou, simplesmente, relaxar com uma massagem na cabeça? Em Lisboa já é possível.

Por Paula Cosme Pinto (Sapato nº38) (www.expresso.pt)
9:00 Quarta feira, 23 de junho de 2010


Imaginemos que entre cadeirões felpudos e espelhos dourados, ouve Nina Simone enquanto lhe fazem uma massagem à cabeça. Agradável? Eu diria que sim. Agora imagine que enquanto corta o cabelo faz, por exemplo, uma degustação de champanhe. Sugestivo? Eu também diria que sim. E se não tivesse experimentado, não acreditava se me dissessem que isto já é possível em Lisboa...

Odeio cabeleireiros. Sei que a maioria das mulheres os adora, mas eu não posso com eles. Detesto o barulho ensurdecedor de vinte secadores a trabalharem ao mesmo tempo. Odeio as revistas perdidas, com cusquice de há três anos. Perco a paciência quando me puxam o cabelo com tanta força que mais parece que me querem ver careca, em vez de cabelo esticado. Por todos este motivos sou eu que corto a minha rica gadelha, já lá vãos uns bons anos. Cabeça para baixo, tesoura em riste e aí vai ela. Conclusão: Corre o boato que tenho um cabelo lindo.

Depois de anos de orgulho pela minha ousadia bem sucedida, dou o braço a torcer e rendo-me aos encantos de um salão, no mínimo, inovador. Tal como num conto infantil, "Il Était un Fois... o Cabelo " transforma as suas clientes em verdadeiras princesas.

Cabeleireiro ou um antiquário?

Só há um secador. Cada pessoa é atendida como sendo "a única". Enquanto lhe dá dicas sobre o novo look a escolher, a dona oferece-lhe café ou refresco. As revistas cor-de-rosa foram substituidas por livros de viagem. Quem passa à porta julga que se trata de uma requintada casa de chá ou de um antiquário. Com peças restauradas - muitas compradas na Feira da Ladra - a francesa Sophie já conquistou a clientela de Alfama e perdeu a conta a quantos turistas lhe pediram para fotografar o espaço desde que abriu, há três semanas.

Quando lhe pergunto o que a levou a fazer um espaço como aquele, Sophie sorri e conta com os olhos a brilhar: "Quando vim para Portugal o meu pai disse ao meu marido para me tratar bem porque eu sou a sua única princesa. Como todas as mulheres deviam ser tratadas como tal, lembrei-me de abrir um espaço onde todas fossem princesas. Nem que seja por uma hora, que se sintam especiais". E não é que eu me senti?

1 comentário:

PLANETA ALFAMA disse...

Alfama necessita de mais projectos destes, originais e de qualidade, e menos gastos em Festas que já não têm nada de típico e não deixam nada de bom a não ser lixo, ruído e vandalismo e os bolsos cheios a alguns