segunda-feira, maio 07, 2007

PSP DE MOTA EM ALFAMA

A criminalidade desceu no bairro graças ao patrulhamento em duas rodas
Por Sónia Graça sonia.graca@sol.pt

O POLICIAMENTO motorizado e de proximidade que a PSP implementou há um ano no bairro de Alfama, em Lisboa, está a surpreender moradores e comerciantes pela eficácia. Num relatório estatístico a que o SOL teve acesso, os números dão conta de uma redução de 6% na criminalidade que alastrava nas freguesias de São Miguel, Santa Engrácia, Santo Estévão e São Vicente de Fora. Em 2006, houve menos 37% de roubos, menos 45% de furtos por carteiristas e os assaltos a residências diminuíram 43%.

Apoiar e proteger os turistas — as principais vitimas sinalizadas até à data - dos assaltos à mão armada foi um dos objectivos deste projecto-piloto, que levou para as ruas do bairro dois motociclos em permanente circulação.

Chegamos a todos os becos, cantos e escadinhas

«Os carros-patrulha não eram eficazes porque as ruas são muito íngremes e estreitas e acolhiam facilmente os carteiristas», explica o sub intendente Coelho, comandante da 15a esquadra da PSP. «Estes veículos permitem chegar a becos, cantos e escadinhas das ruas, que dantes não alcançávamos, acrescenta.

Antes, admite, «a polícia só aparecia quando acontecia alguma ocorrência». Desde Maio do ano passado que os moradores têm um contacto quase diário com os agentes policiais, que passam a limpo as ruas num período flexível. «Alargámos a vigilância até às 22 horas e passámos a ter pessoal destacado só para estas funções», adianta o subintendente Coelho.

Mas este novo modelo de cobertura não beneficiou apenas os grupos de turistas que visitam o país, sobretudo durante o Verão, e escolhem aquele bairro típico. Muitos comerciantes e idosos da zona aplaudiram a iniciativa, bem como a Associação de Restauração e Similares de Portugal, a Associação Industrial, Comercial e Serviços de Alfama, Guias Turísticos de Portugal, a Administração do Porto de Lisboa e o Turismo de Lisboa.

Alargamento a outros bairros lisboetas

E o poder local tem feito eco destes resultados. Há 29 anos que Francisco Alves, presidente da Junta de Freguesia de São Miguel, conhece o bairro de Alfama com «problemas de policiamento, toxicodependência e furtos a automóveis e a turistas». Este programa, para ele, foi a melhor medida: «No arraial popular costumavam desaparecer mais de 20 carteiras, e este ano nem uma. A venda de droga também baixou e até já houve cães apreendidos por falta de licença». Estes resultados vão, em breve, motivar o alargamento deste policiamento a outros bairros tradicionais de Lisboa.

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