Opinião de Ferreira Fernandes. Publicado no DN em 16.06.2007
Nos últimos onze anos, Alfama foi tetra duas vezes. Nesses anos, só no meio (2001, 2002 e 2003) não ganhou as Marchas Populares de Lisboa. Sobre as marchas só me apaixonei uma vez, lendo Nuno Bragança. Também é verdade que ele não escrevia sobre meneios foleiros e musiquetas em autocopianço repetitivo, ele escrevia sobre uma noite de Santo António em Lisboa e isso no português mais moderno dos anos 60. Dito isso, tanta vitória seguida, mesmo de arco e balão, é notável. O que é perigoso: notável leva a notório, notório à desconfiança. Pinto da Costa, que nunca teve dois tetras mas só um penta, levou com um Apito Dourado. Um autarca da Junta de Freguesia de Santos-o-Velho, apoiante de Madragoa, foi para os jornais pedir: "Não haverá um Apito Dourado em relação às marchas populares?" Se o autarca me dá licença, acho errado tentar influenciar a PJ. Não digo que não lhe dê pistas, digo-lhe para não dar nomes. A haver caso, ele deve chamar-se Manjerico Dourado.
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