quinta-feira, outubro 26, 2006

II CONGRESSO DO TEJO DEFENDE NOVO MODELO DE GESTÃO PARA O RIO

Por Agência LUSA, 2006-10-23 18:45:16

A criação de uma entidade única para gerir o Tejo e a preparação da candidatura do rio a Património da Humanidade são os objectivos do II Congresso do Tejo, que se realiza este mês em Lisboa.

Vinte anos depois do primeiro congresso, o consenso entre os organizadores é que o Tejo está "pior e tende a piorar".

O presidente da Comissão Executiva do congresso, Carlos Salgado, defendeu hoje em conferência de imprensa que o rio e a sua bacia, que hoje "tem mais de cinquenta donos", deve ser gerido por uma única entidade, participada pelos vários ministérios com supervisão do rio e das suas margens.

Carlos Salgado citou o exemplo do rio Tamisa, em Londres, e do próprio Tejo na parte espanhola, coordenado por uma "Administração de Bacia".

"Lixo, detritos, efluentes urbanos e industriais" despejados para o rio, "pouco cuidado na manutenção das margens" e as consequências da "agricultura intensiva e construção civil" são alguns dos principais problemas identificados pela organização do Congresso.

"O Tejo envelheceu" nos últimos 20 anos, afirmou o comissário do congresso Américo Nunes dos Santos, apontando o "desleixo e falta de rigor" que contribuem para um diagnóstico negativo: "as margens não estão protegidas, o leito está assoreado, a navegação praticamente desapareceu e a qualidade da água devia ter melhorado mais".

É preciso "pensar o Tejo como uma unidade ibérica", acrescentou Nunes dos Santos, o que justifica a presença de responsáveis espanhóis.

"O poder político tem que assumir o renascimento do Tejo", afirmou Carlos Salgado, que apesar do diagnóstico negativo defende a candidatura do rio a Património da Humanidade, um "sonho" que dará os primeiros passos no congresso, com a escolha das pessoas que a irão preparar.

Os organizadores consideram que este é um momento oportuno para discutir o futuro do rio, no contexto do IV Quadro Comunitário de Apoio e da aplicação da Directiva-quadro europeia da Água, a aplicar até 2015.

Nos três dias do congresso, que se realiza de 24 a 26 de Outubro na Gare Marítima da Rocha, haverá 35 intervenções sobre dez temas diferentes, que abordarão o Tejo como espaço natural, diagnosticando os seus problemas, mas sem esquecer a vertente económica ou cultural.

O certame é organizado pela Associação dos Amigos do Tejo em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa e outras entidades.

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